quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O que sai da tua cartola?

Quatro anos e muita gente nova depois, Belém vai sediar mais um Erecom, entre 17 e 21 de abril de 2009, no campus Guamá da UFPA. Estamos apenas começando a construir o Erecom Pará 2009: “Comunicação na Sociedade Digital”.
O encontro pretende reunir estudantes de Comunicação Social do Pará, Amazonas, Maranhão, Amapá, Rondônia, Roraima, Acre, Tocantins, Piauí e Ceará, para afirmar a necessidade de debater a sociedade digital, já que vivemos um período de implementação de novíssimas políticas de comunicação (como a escolha de um modelo de rádio e TV digital para o Brasil), de redefinições das fronteiras culturais e redimensionamento do público e do privado, tudo isso impulsionado pela presença das mídias digitais.
Além de debates sobre o fenômeno digital, o Erecom também será constituído de mesas redondas, palestras e grupos de discussão sobre democratização da comunicação, qualidade de formação em comunicação, comunicação e cultura popular e combate às opressões. No Erecom também haverá espaço para a troca de experiências entre os estudantes de comunicação social e os movimentos sociais.
As transformações estão em curso, e é preciso discuti-las. Afinal, o que essa nova conjuntura traz de novo e o que ela altera em nossa sociedade? Qual o papel do profissional de comunicação diante desse novo contexto? Estamos, de fato, preparados para tantas mudanças? Quando falamos desse assunto, o que sai da tua cartola?

A sociedade digital...

Até um dia desses éramos uma sociedade de seres das cavernas, tínhamos o corpo coberto de pelugem, não conhecíamos o fogo e não andávamos sobre duas pernas. O tempo passou, dominamos a pedra lascada, o ferro, a escrita. E dominamos, sobretudo, uns aos outros: construímos armas de destruição em massa, dividimos e redividimos o planeta ao longo de guerras quentes e frias. Passeamos na lua, afundamos o Titanic, inventamos a coca-cola, o engarrafamento, o aquecimento global, o stress, o computador.
Criamos ferramentas que nos levam à conquista de um espaço que, fisicamente, sequer existe, mas é capaz de salvar ou arruinar milhões de vidas. Enfim, chegamos a uma nova configuração de sociedade, a qual ainda nem conhecemos muito bem. Precisamos discuti-la, analisá-la, criticá-la, democratizá-la. Precisamos agir!




“Vivemos no mundo da Técnica como os antigos viviam no mundo mágico. Não o entendemos. Mas é precisamente o retorno a um certo mundo de Titãs que permite uma espécie de crença na salvação da humanidade pela técnica (...) Ora, o problema fundamental está em perceber se existe uma forma de humanizar a técnica e tecnicizar o homem sem anular, pura e simplesmente, a humanidade”*.

*Maria Irene Aparício,
professora Doutora do programa de Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação da Universidade São Marcos.