A implantação de um Sistema Brasileiro de TV Digital não implica, somente, no fim dos “fantasmas” e “chuviscos” nas televisões. A TV Digital transforma cada minúsculo elemento da cena e do som em um número binário formado somente por zeros (0) e uns (1); é a mesma linguagem tecnológica dos computadores. Não há dúvidas que uma das maiores mudanças a partir do advento da TV Digital será o aumento na oferta de programações. Resta saber se este aumento implicará na entrada de novos atores na comunicação social; se ele garantirá o surgimento de emissoras de âmbito local e regional de caráter essencialmente público; ou se o advento da TV Digital no Brasil contribuirá para a continuidade da prevalência dos interesses privados em detrimento do interesse público no Brasil.
Atualmente, no Brasil, as Organizações Globo detêm 32 concessões de TV comercial, onze em São Paulo (28% do total), e possuem 113 afiliadas no país, obtendo 54% da audiência e da verba publicitária (R$ 1,59 bilhão em 2002). O SBT, da família Abravanel, possui 10 emissoras e 100 afiliadas, que atingem 24% da audiência. A Igreja Universal do Reino de Deus possui 21 concessões distribuídas entre a Record, Rede Mulher e Rede Família. Só a Record é dona de 14 emissoras próprias e 49 afiliadas. A Bandeirantes, da família Saad, possui 12 próprias e 57 afiliadas. Ou seja, apenas duas redes controlam 75% da audiência.
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